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Você era bonito de longe, de perto e até meio desfocado quando eu esquecia meus óculos, reparava como olhava sempre pra trás antes de entrar no elevador, só pra ver se tinha alguém, caso tivesse, você esperava, perguntava o andar, apertava o botão e dizia bom dia sorrindo, eu já li as tuas poesias, encontrei um caderno perdido no chão da sessão 07, abri, comecei a ler e na contra capa tinha o teu nome, vi que era teu e continuei lendo, não fica bravo, espera, deixa eu terminar de falar, eu reparei também que você ri com os olhos, droga, como se não bastasse a tua gargalhada, que eu me obrigava a colocar fone de ouvido e o volume no último, se não era capaz de eu te deixar um recado no teclado no teu computador: “Você tem a risada mais bonita do mundo” e eu não podia fazer isso não é? Eu não sabia nem o teu nome, nem teu sobrenome, só sabia que eu via “toda graça em você”.                                                                                                  Fernanda Myamoto



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